terça-feira, 8 de abril de 2008
Viver (n)a justiça e (n)a verdade
Encontrei um Dia um Homem
Encontrei um dia um homem com fome.
E eu, que tinha cinco pães,
não lhe dei um.
Encontrei um dia um homem com sede de água.
E eu, que era irmão da Samaritana,
disse que não tinha balde.
Encontrei um dia um homem carregado com uma cruz.
E eu, que também me chamava Simão,
não fiz de Cireneu.
Encontrei um dia um homem nu.
E eu que tinha duas túnicas,
não lhe dei uma.
Encontrei um dia um homem cego de nascimento.
E eu, que era professor,
não lhe dei a luz.
Encontrei um dia um homem a vender politica no templo.
E eu, que era sacerdote,
não peguei no azorrague.
Encontrei um dia um homem sentado no último lugar,
no banquete dos meus anos.
E eu, que era o dono da festa,
não o convidei para vir mais para cima.
Encontrei um dia um homem que não ia à missa.
E eu que era praticante,
chamei-lhe "publicano".
Encontrei um dia um homem paralítico.
E eu, que tinha os dois pés,
não o ajudei a caminhar.
Encontrei um dia um homem que era mulher adúltera.
E eu, que também era pecador,
peguei em pedras para lhe atirar.
Encontrei um dia um homem na praça da vida,
à espera de trabalho.
E eu, que era latifundiário,
não lhe dei emprego.
Encontrei um dia um homem que dizia:
"arrependei-vos, endireitai os caminhos".
E eu, que não gostava de sermões,
mandei cortar-lhe a cabeça.
Encontrei um dia um homem que regressava
andrajoso à casa paterna,
E eu, que era cristão cumpridor,
fiz o papel do irmão mais velho.
Encontrei um dia um homem a caminhar
na estrada da minha vida.
E eu, que também ia para Emaús,
não vi que era Cristo.
Manuel Rito - Deserto Sul
(ed. Missões)
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