quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Treze de Agosto



"Dia 13 de Agosto de 1917 - Como já está dito o que neste dia se passou, não me detenho nisso e passo à aparição, a meu ver no dia 15, ao cair da tarde (Lúcia está enganada ao afirmar que a aparição tenha sido no mesmo dia em que voltaram da pisão de Vila Nova de Ourém. A aparição foi no Domingo seguinte, em 19 de Agosto.). Como ainda então não sabia contar os dias do mês, pode ser que seja eu a que esteja enganada; mas conservo a ideia que foi no mesmo dia em que chegamos de Vila Nova de Ourém.
Andando com as ovelhas, na companhia de Francisco e seu irmão João, num lugar chamado Valinhos, e sentindo que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a aparcer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão João que a fosse chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe, para isso, dois vinténs e lá foi a correr.
Entretanto, vi com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, um instante depois, vimos Nossa Senhora sobre a carrasqueira.
- Que é que Vossemecê me quer?
- Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem.
- Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova da Iria?
- Façam dois andores: um, leva-o tu com Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro o leve Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a ajuda duma capela que hão-de mandar fazer.
- Queria pedir-Lhe a cura dalguns doentes.
- Sim; alguns curarei durante o ano.
E tomando um aspecto mais triste:
- Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.
E, como de costume, começou a elevar-se em direcção ao nascente."

In Memórias de Irmã Lúcia

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