sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza





"Carta Aberta contra a Pobreza e a Desigualdade


Diariamente as televisões mostram imagens de guerra, destruição e fome. Em África morre uma criança a cada 3 segundos, vítima da fome, da malária ou da tuberculose.
O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1,25 dólares por dia. Todos os dias mais de mil milhões de pessoas vivem nestas condições de miséria deplorável. Em Portugal uma em cada cinco pessoas vive no limiar da pobreza.
Os pobres não são apenas números perdidos nas estatísticas. São pessoas que precisam de ser encontradas, amadas e restauradas na vertente física, material, social, moral e espiritual. A pobreza é uma consequência da falta de amor para com o próximo.
Todos os dias é violada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A paz e a fraternidade entre os povos nem sempre estão no coração e nas acções quotidianas.
Numa época em que assistimos à revolução tecnológica, um terço da população mundial nunca usou um telefone.
A pobreza é uma consequência da desigualdade de oportunidades e pode revelar-se através da fome, baixa literacia, reduzida esperança de vida, doenças como a SIDA/HIV, malária e tuberculose, elevada criminalidade, desemprego, carência de água potável, de saneamento básico e de electricidade, instabilidade política e guerras, imigração ilegal, exclusão social de grupos vulneráveis, existência de sem-abrigo, exploração e tráfico de pessoas, prostituição, consumo de álcool e drogas, depressão e morte.
Para cada problema existe uma oportunidade. A luta contra a pobreza e a desigualdade deve ser um compromisso colectivo e prioritário para que cada homem e cada mulher possam viver em paz e liberdade e usufruam de direitos fundamentais numa sociedade mais justa e solidária.
Erradicar a pobreza não é um mero exercício intelectual ou uma utopia política ou religiosa.
Esta é a primeira geração que tem os recursos e os meios para acabar com a fome e a miséria.
É preciso lembrar os políticos das promessas públicas assumidas pelos 189 Estados-Membros das Nações Unidas quando assinaram, em Setembro de 2000, a Declaração do Milénio e se comprometeram a reduzir para metade a pobreza extrema até 2015.
Apelamos aos líderes dos países ricos para que cumpram com as três grandes promessas que fizeram para combater a pobreza: perdão da dívida, mais e melhor ajuda e comércio justo.
Apelamos aos líderes dos países pobres para que definam como prioridade salvar as vidas dos seus cidadãos mais pobres, que sejam transparentes e responsáveis na forma como administram o dinheiro e que combatam as desigualdades e a corrupção. Apelamos a todos os que têm fé, àqueles que perderam a fé e a quem nunca teve fé, para que se levantem e defendam a causa dos pobres e sejam mais solidários para com o próximo.

Os pobres não precisam de esmolas, mas de justiça."


Esta carta foi entregue, esta manhã, na residência oficial do Primeiro-Ministro em S. Bento, uma Carta Aberta Contra a Pobreza e Desigualdade subscrita por 268 instituições e associações.

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