"Rezar é um diálogo de amizade
com quem sabemos que nos ama."
Esta importante definição põe ao alcance de todos este meio de encontro com Deus. Para muitas pessoas é difícil parar, fazer silêncio interior, meditar a palavra de Deus, reflectir; no entanto, todos somos feitos para o amor, portanto, capazes de amar e ser amados. Sto. Agostinho coloca esta descoberta de uma forma muito bonita:
"O nosso coração está feito para Vós e não descansa enquanto não repousar em Vós."
A Palavra de Deus também assinala em vários momentos esta nossa natureza humana/divina. Por exemplo, S. Paulo afirma:
Esta equação ORAÇÃO/AMOR explica-nos diferentes aspectos da oração:
situa a actividade orante no coração e não no cérebro (não depende da personalidade ou das faculdades mentais de quem quer rezar, mas de atitudes de amor);
torna-a constantemente nova e renovada porque assim é a dinâmica do amor, sempre novo e transformado;
ao mesmo tempo exige actos, tempos concretos, modos de orar (porque a amizade é feita de presenças, de procuras, de encontros a sós, de diálogos), mas relativiza-os porque a oração — amizade abre-se à vida concreta e a vida é o grande espaço onde de realiza a amizade. Basta que os amigos estejam presentes para que haja amizade, o mais importante é viver a fidelidade à amizade, o acento está sobre os protagonistas e não sobre o local, os modos ou os tempos.
Passos para começar a Rezar
1. Escolher um espaço, uma postura corporal e outras condições facilitadoras (café para estar acordado).
2. Criar silêncio interior. Acalmar tudo o que está dentro de mim. Confiá-lo ao Pai, a Maria.
3. Tornar Deus presente. Tomar consciência de que está comigo agora. Acolhe-me com um abraço. Conhece-me. Ama-me. Não me acusa de nada.
4. Pedir-lhe ajuda para rezar. Este tempo de oração não depende só das minhas forças. Pedir ao Espírito Santo que conduza o nosso diálogo.
5. Pegar na Sua Palavra, nas pistas, no texto e ler, com atenção, sem pressas. Reler. Parar onde algo me chama a atenção, sublinhar... Em cada frase que leio é o Senhor que me fala. - Senhor, o que estás a tentar dizer-me?
6. A Palavra que leio tem a ver com a minha vida, com a vida dos que me rodeiam. - Querido Pai, tu conheces-me como ninguém, o que me sugeres nesta Palavra, nesta frase, nesta atitude? Como amas? Como posso amar?
7. Se estou com dificuldade em concentrar-me ou me distraio facilmente posso:
Escrever a oração dialogando
Pôr-me no lugar das personagens - Jesus, Maria, os discípulos...- imaginar os espaços, os contextos; questionar as reacções, as motivações, as intenções
Pedir ajuda, partilhar com Eles a distracção, as dificuldades, recomeçar com serenidade
Se algo me preocupa muito, dialogá-lo com Deus mas dar-lhe espaço e tempo para que
me responda. Pedir-lhe um olhar atento, uma espera confiante. A Sua resposta estará na Sua Palavra, nas palavras dos outros, nas atitudes, nos acontecimentos, ao longo do dia, da vida.
8. Contemplar. Saborear. Mergulhar no coração de Deus. Deixar-me amar, deixar que me perdoe, que me dê a conhecer os seus sonhos... Deixar-me contagiar pelo seu modo de estar.
9. Quando for hora de terminar:
Fazer um resumo da oração.
Agradecer a Sua presença, o seu amor e disponibilidade.
Permanecer na confiança apesar das dúvidas que permanecem, do que ainda não é claro, permanece árido e difícil.
Pedir o dom de crescer no amor e de levar para a vida o dialogado; o dom de permanecermos unidos na vida.
In folheto "Paz e Bem" Maio 09
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