segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sentir 2009


Dez anos , foi o tempo que eu levei a pensar nesta Peregrinação!
Mas a preocupação da minha velhinha Mãe , fez com que eu não concretizasse este meu grande desejo.
Como o Senhor Jesus a chamou para a vida eterna há 7 meses, terei que pedir-lhe desculpa pela desobediência , e fui até Fátima com o grande desejo de chegar e agradecer à Virgem o ter conseguido fazer todo o caminho a pé e também agradecer-lhe tudo o que me tem acontecido de bom e de menos bom, na minha vida.
Os aspectos positivos nesta peregrinação foram tantos que por mais que os queira explicar ...mas os momentos de oração e até os de silêncio foram preciosos, a minha alma parece que se elevou até Jesus e de Sua Mãe Maria Santíssima.
Levava algumas intenções e distribui-as por dias . Uma para cada família que os meus filhos formaram, outra pelos meus amigos , que têm grande importância na minha vida , mas a mais forte e a mais desejada intenção foi pela minha irmã que se encontra numa cadeira de rodas há dez anos.
Como foi a minha 1ª peregrinação a Fátima a pé , este encontro com Maria nossa Mãe foi diferente , muito bom!!! À noite a procissão das velas comoveu-me porque estar ali ao vivo com milhares de pessoas é diferente do que vimos na televisão. No dia 13 o abraço da Paz com os outros peregrinos foi uma grande comoção.
Que mais poderei dizer? Para o ano vou outra vez.
Sinto-me mais próximo de Jesus e de Sua Mãe Maria Santíssima!
A minha Fé aumentou!

Maria Monge
Beja, Maio de 2009



A minha peregrinação foi uma das melhores experiências da minha vida, enriqueci e ainda com mais fé. Agradeço a todos pois sem eles não teria conseguido chegar a Nossa Senhora. Muito obrigada.

Zé Farinha
Grândola, Maio 09




Vou dar o meu sincero testemunho.
O ser humano é um doente, porque lhe falta Unidade. Nesta peregrinação a Fátima eu procurei essa Unidade com Deus e ao longo da caminhada, meditando, rezando e cantando, senti sempre presente a entrega, o amor e a união. Foi forte a partilha dos peregrinos, na doença, na morte, na culpa e alegrias; deixando tudo de assumir conotações negativas. VIVEMOS EM PAZ – Foi uma Glória, o Alimento recebido do Senhor.

Julita Rodrigues
Cabanas de Tavira, Maio de 2009




Desde criança que eu sentia o desejo de ir a Fátima a pé. Quando via os peregrinos na televisão, era algo que me prendia e eu pensava : ( quem me dera poder ir além para sentir o que eles sentem) e estes pensamentos foram-me sempre acompanhando durante todo o meu crescimento. Só o ano passado tive oportunidade de saber através dos irmãozinhos de São Francisco de Assis, que era possível realizar este sonho. Como estava em cima do tempo, não deu para organizar o meu trabalho de maneira que pudesse ir e resolvi começar a preparar logo para ir este ano. Digo-vos que foi um dos momentos maravilhosos que tive durante a minha vida.
Quando saí da igreja de Nossa Senhora dos Mártires em Alcácer, senti-me diferente, á medida que me ia aproximando da natureza, mais pequenina me sentia, achei que eu era tão pequenina perante a Grandeza de Deus, nunca tinha olhado a natureza com estes olhos.
Senti-me sempre em família no grupo, durante a peregrinação, rezámos, cantámos, trocávamos experiências de vida, o que eu acho que me enriqueceu muito.

Celebrávamos também a Eucaristia e tínhamos reflexões sobre São Paulo. Enfim ,achei tudo tão bom que nem me sentia cansada, eu até achei que fui sempre ao colo de Jesus até aos braços de Sua Mãe. Nunca tive dores nem cansaço. Foi sempre com tanta alegria que caminhei, que nem me custou nada, para mim não foi sacrifício, mas sim cumprir um desejo que me vinha cá de dentro do meu coração. No sábado quando caminhámos de Coruche a Almeirim, apanhámos uns bons Km de chuva e trovoada, eu só tinha a t’shirt e as calças do fato de treino, fiquei toda molhada, a D. Maria João andava distribuindo sacos para fazerem capas, eu não quis, como já estava molhada assim continuei, senti-me sempre envolvida pelo Senhor, nunca senti frio. O apoio não podia ser melhor, nunca sentimos falta de nada, a todo o instante nos ofereciam água, fruta, bolinhos, rebuçados, enfim mimaram - nos muito, sempre com um sorriso que nos contagiavam. Agradeço a todos os que caminharam comigo, pelos laços de amizade que criámos. Agradeço também á enfermeira Nazaré e ao Ricardo pelo carinho com que nos trataram, depois de longas caminhadas estavam sempre dispostos para nos servir. Á D. Maria João, á Lídia e á enfermeira Nazaré ( que foram as nossas guias) o meu muito obrigado pelo trabalho e obra que realizaram, de certeza que mais perfeito que esta organização só Deus. PARABÉNS.
Contem comigo, eu para o ano se Deus quiser, vou voltar e se possível com mais peregrinos comigo.

Luisa Pôla
Alvito, Maio de 2009



Peregrinei para rezar, para fortificar a fé em Jesus e não esquecer a grandeza e o amor incondicional de Maria, a sua protecção e amparo.
Peregrinei com os peregrinos mas sem sentir nos pés as agruras da caminhada , quis estar presente, viver o ambiente fraterno de partilha, desprendimento, humildade, prestando o apoio que fosse preciso, a quem fosse preciso, não pedindo nada em troca, senão viver intensamente estes oito dias de fé e de graça.
Foi diferente de caminhar mas mesmo assim foi gratificante e intenso, acompanhar passo a passo a caminhada, socorrer os mais aflitos, saciar a sede, preparar e distribuir alimentos para o corpo em esforço, incentivar os mais abatidos, enfim, estar presente e atenta.
Bem hajam todos os que nestes dias permitiram e facilitaram esta missão e todos os que viveram a alegria de chegar ao Santuário para ajoelhar e agradecer.

Laura Miranda
Vila Nova de Santo André, Maio de 2009




Desde algum tempo que queria fazer a peregrinação a Fátima, só este ano me foi possível.
Foi gratificante para mim o conviver todos estes dias com um grupo de peregrinos maravilhosos.
Aprendi muito, encontrei umas pessoas com mais dificuldades que outras, mas todas tinham a mesma missão, chegar ao fim.
Para já mais parecíamos uma família, sentia como se já nos conhecêssemos há muito tempo.
Depois sinto que hoje nos olhamos de facto como se de uma família se tratasse.
E assim que eu sinto e acho que eles sentem o mesmo como Irmãos unidos pelo amor da Mãe Santíssima do seu divino Filho, que nos une com a sua luz.
Existe outra parte que não quero deixar de frisar, o apoio constante fruto de uma excelente organização. Um grande bem haja para todos.

Júlia Gomes
Ferreira do Alentejo, Maio de 2009




A minha peregrinação a Fátima 2009

Como todo o ser humano tenho vários objectivos na vida. Alguns deles já se concretizaram e outros estão por concretizar, os quais com a ajuda de deus, irei fazê-lo na medida do possível.
Um deles e talvez o mais importante era fazer, a peregrinação ao Santuário de Fátima. Sou devota da Nossa Senhora e a presença na Cova da Iria dá-me Paz e força para enfrentar os revezes da vida.
Decidi fazer a Peregrinação este ano e lá parti, com um grupo de peregrinos embaídos de um espírito de fé e ajuda mútua.
Sabia que iria ser difícil, mas ao ver a Alegria e Força de vontade dos outros caminhantes depressa me apercebi que iria ser empolgante e que nada me levaria a desistir.
Foram quilómetros e quilómetros, por vezes debaixo de um céu carregado e trovejante que depressa se abriu e a chuva caiu copiosamente como a querer lavar-nos a alma e a refrescar as feridas e mazelas do corpo.
Apesar de muitas pessoas acharem que não iria conseguir, isso, mais forças me deu para continuar. É certo que sofri no corpo, especialmente nas pernas, as agruras da caminhada:
Os tornozelos incharam e apareceram algumas bolhas nos pés, mas não foi nada que não suportasse, pois como peregrino, não era eu que escaparia ao ditado: o mais cansativo foi para mim, andar com a “casa a costas”: ter que fazer malas, desfazer malas, foi o mais difícil depois de um dia inteiro a caminhar; mas tudo isto era compensado com a beleza da paisagem, com o convívio e com o pensamento que estava a concretizar um objectivo ao muito imposto a mim mesmo.
Apesar de tudo isto, com a ajuda dos meus companheiros de viagem, com o apoio dado pela organização e em especial com a ajuda da Nossa Senhora Fátima, tudo correu bem e se Ela e Deus quiserem para o ano cá estarei para fazer parte do grupo de Peregrinos.

Vitória Gomes
Alcácer do Sal, 21 Maio de 2009




Desde a primeira vez que a Maria João me pediu ajuda na peregrinação que lhe dispensei aquilo que estava à minha mão. Todos os anos via passar o grupo de peregrinos e perguntava a mim mesmo quando é que seria a minha hora. Aguardei sempre que Ele me chamasse, que eu ouvisse a Sua voz no meu coração. E este ano chegou, rapidamente e sem aviso. Algo me disse que tinha chegado a minha vez, que era necessário deixar tudo para trás e seguir esse apelo. E, em menos de uma semana, estava a caminhar em grupo para Fátima. Senti necessidade de fazer esta caminhada por mim, pela minha família, pelos outros. O meu eu estava a necessitar de se encontrar, de fazer um momento de introspecção, necessitava de me encontrar com Jesus, com Deus, e fi-lo através de Maria.
Como em tudo na vida, não foi fácil.
Contudo, cada passada, cada dificuldade, representaram uma vitória, representaram uma conquista, representaram um degrau na longa escada para Deus. Não me queixei, como sempre o fiz na minha vida. Aceitei tudo porque Deus é que decide. A nós cumpre-nos aceitar. Caminhei lado a lado com desconhecidos que reconheci como irmãos. Não julguei, antes escutei o irmão que caminhava comigo. Falei com todos os que pude, dei a mão quando me pediriam, estive atento a ajudar aquele que não pediu nada, compartilhei com todos as minhas orações, elevei em cântico as nossas preces, rezei em silêncio quando os outros iam em silêncio, dispus na mesa os meus dons para que todos usufruíssem. Aguentei o sol e a chuva como a dádiva divina que tudo destrói e gera. Senti que em mim se ia a pouco e pouco gerando um outro eu e destruindo-se um homem velho. Busquei Deus e encontrei-O no fim da caminhada, depois da subida, ao fundo da estrada: encontrei-O em Maria, encontrei-O no irmão peregrino a quem dei um abraço, encontrei-O na lágrima que compartilhei com todos, encontrei-O no perdão, encontrei-O na paz interior que me invadiu.
Hoje, pedem-me que dê um testemunho da caminhada, mas quase que me apetece dizer que não posso, porque é impossível aos homens verem como o meu coração está pleno de paz interior, como o meu espírito consolidou a figura Divina, como o meu corpo se alimentou dum alimento não visível. Sinto que neste momento estou saciado, mas voltarei a ter necessidade outra vez desse alimento, e, nessa altura não me restará outra opção senão voltar a deixar tudo o que tenho e seguir o Seu chamado. Nesse dia espero encontrar os irmãos com quem caminhei, e, se não os encontrar fisicamente, levá-los-ei no meu espírito.
Obrigado companheiros de viagem.

João C.P. Martins
Cortiçadas do lavre, Maio de 2009




“Vivemos todos com o objectivo de sermos felizes; as nossas vidas são tão diferentes e, no entanto, são tão iguais”. Anne Frank

A peregrinação é uma viagem solitária ao interior de nós mesmos, sem data de partida e de chegada.
Da mesma, retirei uma lição de humildade e de coragem, percebi que, o Amor do ser humano pelo Autor da Vida fornece força na fragilidade, aquieta o pensamento, apazigua as emoções e, inconscientemente, liberta-nos do medo de falhar, dos sentimentos de autopunição e, até mesmo, da pretensão de sermos, permanentemente, intelectualmente extraordinários.
Acredito com veemência que “ o que fica para trás de nós e o que nos espera são questões insignificantes comparadas com o que temos dentro de nós”.
O amor eleva a todos a quem toca e, sentindo a estrada debaixo dos meus pés, ora quente, ora molhada, vencia suavemente, com cada passo, a caminhada, com a serenidade e firmeza, que me alentaram o sonho de chegar ao fim.
Sinto, ainda, a tranquilidade e a paz que me presentearam nos momentos de reflexão, longe da “razão”, quase sempre, tão solitários e infinitos que me transvazaram a alma, revelando na mudez, aquilo que cala a ciência.

“Preencham a vossa vida com todos os momentos e sentimentos de alegria e paixão humanamente possíveis. Comecem com uma experiência e, depois, acrescentem - na”.
A felicidade depende de nós e, com ela, recordo e beijo, com saudade, cada rosto suado, sofrido, solidário e generoso dos peregrinos, que me acompanharam e fazem acreditar, profundamente, que a fé transcende a “lógica” e afastando a “razão” aproxima-nos da perfeição.

“Sê tu a mudança que queres ver no Mundo” Gandhi

Manuela Ferreira
Sines, Maio de 2009




Deixem-me contar-vos uma história...

É uma história pequena, que começa como todas as histórias.
Era uma vez... O meu nome é Vítor e fiz uma peregrinação até Fátima...fui a pé.

Para muitos dos jovens da minha idade ir numa peregrinação a pé pode parecer uma ideia maluca...mas eu estava a precisar de ir.

Quando me falaram desta peregrinação, disse imediatamente...”EU VOU”.
Mas porque é que eu tinha de ir numa peregrinação...o que é que me fazia andar 330 quilómetros desde a minha casa até ao Santuário da Sagrada Mãe?

Para muitos dos meus companheiros de caminhada foi pagar uma promessa. Para outros era apenas ir novamente. Para mim era uma necessidade.
Sabem, eu estive perdido dentro de mim durante muito tempo. Procurei muitas vezes as respostas às minhas perguntas. Perguntas essas que me fizeram revoltar contra tudo e contra todos.
Diversos acontecimentos na minha vida levaram-me a revoltar-me, inclusive, com Deus.
Afastei-me de tudo o que tinha a ver com a igreja. Se Deus era tão poderoso e nos amava tanto porque não me tinha ajudado? Por que é que não tinha ajudado os meus irmãos, a minha mãe... por que é que eu tinha de sofrer tanto?
Estas perguntas foram marcando a minha vida. Tive que ir trabalhar sozinho para a Suíça, deixando para trás a minha família e os meus amigos. Deixei tudo. Até a mim próprio.

A peregrinação pareceu-me uma boa forma de me tentar encontrar. De encontrar uma explicação para as coisas que me tinham acontecido. Explicaram-me que teria momentos de reflexão... de encontro com Deus. Talvez eu conseguisse falar com Ele... Talvez Ele me respondesse.

Assim comecei a andar. Saí de Odemira com um grupo pequeno de peregrinos. Cada um com intenções próprias. Eu apenas tinha algo na mente. Encontrar um sentido para tudo.

O que encontrei foi muito mais do que pedi. Mais do que estava à espera.
Encontrei uma comunidade...um grupo ao qual eu podia fazer parte. Encontrei em cada pessoa um amigo. Encontrei Graça e a Bondade. Em suma, encontrei-me e encontrei os outros. Todos aqueles que durante tanto tempo eu tinha afastado, principalmente DEUS.

Depois desta peregrinação percebi que eu tinha desistido dele... Mas ele não tinha desistido de mim. Esteve sempre comigo. Protegeu-me quando eu andei perdido.

Percebi que cada uma das pessoas na peregrinação eram um instrumento do seu poder. Algo que eu ultrapassava e completava.

Assim, e como não podia deixar de ser, quero agradecer a todos companheiros de peregrinação. Pelo apoio, palavras e incentivo, mas especialmente estou perante vocês para agradecer a Deus. Por nunca me ter deixado. Por nunca desistir de mim.
Para o ano que vem...há mais. E eu vou estar lá.

O um nome é Vítor. Tenho 20 anos. E sou peregrino de Fátima.

Vítor Valente
Odemira, Maio de 2009

Sem comentários:

Caminhar do Sul no Mundo