quinta-feira, 2 de julho de 2009

Testemunho...


Recebi hoje um mail de um peregrino que em Maio passado caminhou connosco a pé até à Cova da Iria.
Aqui ficam as palavras sentidas, o testemunho de coragem, de fé e de agradecimento desta caminhada que, sem dúvida, foi a responsável pelo encontro e pelo começo de uma nova vida...
Bem haja!

"Bom dia Maria João…
Este mail não é mais que um testemunho do que passei nos nossos dias de caminhada. Como gosto de ter alguns dias para reflectir sobre tudo pensei em escrever algumas coisas para ti.
É difícil sintetizar emoções, mesmo porque, pelo seu cariz subjectivo, nem sempre é possível faze-las passar para os outros. Mesmo as palavras utilizadas ficam sempre aquém do que pretendemos dizer. São tão pessoais quanto as experiências que tivemos.
Como sabes eu não ia por promessa. Ia com uma missão. Contudo acabei por encontrar mais do que procurava. Encontrei um grupo… uma comunidade com os mesmo ideais e com o mesmo modo de pensar que eu.
Principalmente encontrei-me a mim. Contudo, como todas as novas descobertas, esta está em processo de “digestão”.
Sei que há muito que posso fazer pela minha comunidade e paróquia. Muito caminho a percorrer, quase tanto quantos os quilómetros que tivemos que vencer para o Santuário da Santíssima Mãe. E os obstáculos irão ser igualmente difíceis de transpor.
Apesar disso conseguir tocar uma parte de mim que achei que estava dormente a muito tempo. O simples gesto de conseguir abraçar alguém e chorar sem medo, vergonha ou outro tipo de sentimento negativo.
Posso positivamente dizer que algo se transformou dentro de mim. E como a semente que é lançada a terra tem que ter uma terra fértil e bom alimento para que possa crescer, também eu estou a pensar em continuar a alimentar este novo sentimento de mudança de modo a que ele continue a dar frutos.
Estes dias foram um processo de descoberta e de abertura. Não quero que este pedaço de mim se volte a fechar.
Quando disseste que poderias ter problemas com o Vitor eu pensei para mim… “Era comigo que poderias ter problemas”. É mais difícil atingir-me a mim do que o Vitor. Mais anos de experiencia em ficar fechado ao exterior e aos outros. Durante muito tempo fui criando barreiras atrás de barreiras que com esta peregrinação se quebraram, culminando na situação em que estou agora.
É um resultado positivo na mesma. Sabes que existem males que vêm por bem. Foi um mal necessário ter que passar por este processo de modo a ter que quebrar as barreiras que encerravam em mim os meus medos, angustias, traumas, etc. que foram-se acumulando ao longo de anos.
Foram vocês todos em cada um dos peregrinos que ajudei, em cada rosto que buscava auxílio, que foram derrubando as barreiras que me isolavam do mundo.
João… antes de mais quero agradecer a organização, o tempo e a paciência demonstrada com todos nós. Quero estender os meus cumprimentos para toda a equipa de apoio.
De um modo especial quero agradecer a minha companheira de peregrinação a Lídia… pelas palavras e pelos ouvidos…
Ao Vitor, mais que um cunhado é um irmão, por me ter acompanhado nesta “odisseia”, por ter estado sempre presente quando necessário…
A minha mulher que “aguentou” o pós peregrinação e que mesmo assim manteve-se junto de mim. Por todo o amor que me deu e dá…
Por fim a minha mãe que insistiu sempre para que eu fosse na peregrinação.
Para ti apenas desejo que Jesus e a Sua Mãe muito amada continuem a infundir Paz, Alegria e Amor na tua vida. Possas sempre ser o instrumento de Deus na senda de recolher as suas ovelhas perdidas.
Um beijinho e um obrigado com aquilo que tenho de mais precioso para dar… o meu Amor…
"

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