sábado, 17 de julho de 2010

Sentir 2010



“Pelos caminhos da fé e do amor…”

Quando terminei a minha 1ªperegrinação em Maio de 2006, achei que tinha concretizado um dos maiores sonhos da juventude.
Tinha então 59 anos de idade e levara cerca de quarenta anos, a imaginar o que seria caminhar de Beringel até Fátima, com a minha prima Lourdes.
Foram momentos mágicos. A fé e o entusiasmo estiveram patentes nessa caminhada.
Lembro-me que, além de caminharmos, conversámos, comemos/bebemos, rezámos, reflectimos e sofremos em conjunto. Mas, o mais importante foi o encontro com nós próprios, com Deus e uns com os outros, apesar de sermos, no início, quase todos desconhecidos.
O caminho foi construído por todos, com a ajuda especial das nossas guias e pessoal de apoio (físico e espiritual).
Percebi, quanto é extraordinário o caminhar das “pessoas comuns”, de todos os homens. Não, o tal caminho que havia idealizado de Beringel, minha terra natal, até ao Santuário de Fátima, tendo como companheira a minha prima Lourdes.
Ali, não só peregrinaram comigo os que levava no meu coração e já tinham partido para o Céu, os que tinha deixado em suas casas e que muito amo ( família e amigos), mas também a meu lado iam aqueles, que sendo para mim desconhecidos, hoje estão igualmente no meu pensamento.
Se o meu sonho fora peregrinar contigo Lourdes, podes crer que isso se realizou, mas contigo no coração, em pensamento, levando a meu lado vozes preocupadas com o meu bem-estar , que nos momentos difíceis estavam presentes e me perguntavam:
- “ Tudo bem, Nazaré?” (o João, a Mª.João, a enfª. Nazaré, a Graça, a Lídia, a Rosália, a Paula, o Rogério…outros…e outros… e a Fátima Ferreira).
Guardei para o fim este nome, pois foi com ela, que partilhei mais quilómetros e horas de caminhada.
- Tu Fátima, que percorreste algumas vezes este caminho a pé, para trás e para a frente, lendo nos olhos dos peregrinos, a excitação normal daqueles momentos.
- Tu Fátima, que já te foste encontrar em definitivo com Nossa Senhora, mas por outro caminho mais directo, doloroso sim, mas menos cansativo. E, no CÉU certamente já encontraste a minha Lourdes…
Não te esqueço Fátima, nós não te esquecemos.
- Obrigada Senhor pelo que de bom a Fátima fez na terra.
- Obrigada Fátima pela tua amizade.
Julgava eu, que após a concretização do meu sonho, em 13 de Maio de 2006, tudo voltava ao mesmo.
Mas não, depois dessa 1ª. vez, já outras quatro se seguiram. Esta foi a minha quinta peregrinação a pé Alcácer do Sal/Fátima.
O que me levou então, a repetir esta experiência de fé?
- “Rezar com os pés”.
- Reflectir com o coração.
- Agradecer, agradecer e agradecer…
- Ir ao encontro de Deus, através de Maria nossa Mãe.
- Levar comigo no coração aqueles que não podem ou não têm coragem de fazer, esta experiencia de fé.
- Celebrar com os irmãos na fé, esta festa de renovação espiritual, junto aos pés de Nª.Srª. de Fátima.
- E este ano, marcar presença na visita de Sua Santidade o Papa Bento XVI, ao Santuário de Fátima.
Momentos altos desta 8ª. Peregrinação:
- Reflexões com o sr. Padre Fernando.
- Adoração ao Santíssimo Sacramento, promovida pelos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis.
- Hora Santa orientada pelo sr. Padre José António.
O meu bem-haja para eles.
Para as nossas guias zelosas e pessoal de apoio, aquele abraço amigo e fraterno pela vossa disponibilidade, de mais um ano nos terem conduzido por esses caminhos até FÁTIMA.

Nazaré Leitão -
Julho de 2010

2 comentários:

Ana Margarida disse...

Muito obrigado pelas suas palavras!
A minha Mãe está sempre ao lado daqueles que Ama. Está presente em todos os momentos da nossa caminhada na terra!

Bem hajam

Anónimo disse...

Titi,

Já passaram quase 25 anos, mas para mim foi como se fosse ontem... E tenho muita dificuldade em lidar com esses sentimentos... Quando os avós eram vivos, ainda se tolerava, mas agora, e com os problemas que tive entretando (uma longa historia...), às vezes parece que é mais facil deixar o tempo passar. Mas o tempo corre contra todos nós, e especialmente contra ti e o tio... Vou corrigir essas falha, porque o que o fizeram por mim, naquele momento, e nos restantes, é algo que eu nunca me vou esquecer. Pode parecer estranho, mas lembro-me de todos os momentos que me proporcionaram quando eu tanto precisei... Mas tornei-me um ermita, refem de um sentimento que tive por fazer esquecer... Mas tu e o tio sao reais, e agradeço tudo tudo o que fizeram e (ainda) fazem por mim.

Obrigado
TêPêGê

Caminhar do Sul no Mundo