segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Entrevista ao novo Pároco de Alcácer do Sal


No início de Setembro passado, o Pd. Ricardo Nuno Carolino Lameira tomou posse como Pároco de Santa Maria e de Santiago, em Alcácer do Sal, e de Palma, segundo a nomeação feita no final Julho pelo Arcebispo de Évora, tendo substituido os Padres José António Gonçalves e Fernando Ricardo de Brito Lopes.

Em entrevista ao semanário diocesano, o Pe. Ricardo Lameira revela-se que está muito animado com o desafio que tem pela frente.


a "defesa” - Como foi, em traços largos, o seu percurso vocacional?

Pd. Ricarco Lameira
– Na verdade, desde pequeno manifestei a minha vontade de ser Padre. Lembro-me que a Primeira-Comunhão foi um momento muito marcante para mim. Depois a experiência de ter estudado no Colégio dos Salesianos em Évora também foi importante, nomeadamente, o Pe. Armando Monteiro que foi um entusiasta e que me ajudou a discernir a minha vocação. Seguiu-se o estudo da Teologia, tendo entrado para o Seminário quando fui para o quinto ano do curso. Logicamente, no sexto ano, sai do Seminário e estive seis anos a fazer estágio, divididos por quatro anos na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Évora, com o P. Senra, e dois anos na Paróquia de Santo André, em Estremoz, com o P. Fernando Afonso. Em Estremoz, no dia 13 de Maio de 2007 fui instituído leitor. A 7 de Outubro desse ano, em Évora, fui instituído acólito e fui ordenado Diácono no dia 16 de Dezembro, em Estremoz. A 22 de Junho de 2008 fui ordenado presbítero na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.

Desde essa data até ao Verão passado estive em Coruche e, há cerca de dois meses, estou em Alcácer do Sal.


"a defesa” - É a primeira vez que está sozinho à frente de uma Paróquia?

R. L.
- Efectivamente. Digamos que é o meu primeiro grande desafio, o que significa também, para mim, viver este tempo com uma paz muito grande porque quanto maior é o desafio mais temos que confiar em Deus. Devemos perceber que a nossa missão por muito difícil que seja, e às vezes tem os seus momentos, quando confiamos em Deus conseguimos dormir com a nossa consciência muito tranquila. Importa, sobretudo, perceber que o fundamental da nossa missão são as pessoas e a oração. Tenho muito presente a frase de Jesus, “sem Mim nada podeis fazer”. Portanto, em Alcácer do Sal não quero fazer as coisas por Jesus mas quero fazê-las com Jesus, que é mais difícil porque significa, acima de tudo, entender que somos apenas “servos inúteis”. Sei que humanamente falando não é fácil pedir a um jovem de 30 anos que deixa de pensar que és tu o centro, mas que é Cristo. Assim, esta é a minha primeira grande “luta”, mas quando o consigo, quando avanço com Cristo a Comunidade entende e aproxima-se. E é uma experiência maravilhosa.


“a defesa” - Qual foi o primeiro impacto ao chegar às Paróquias de Alcácer do Sal?

R. L.
- O primeiro impacto foi positivo. Sinceramente, gostei. Vinha de Coruche, onde cada comunidade era maior do que a outra, e aqui são comunidades mais pequenas, que congregam cerca de setenta a oitenta pessoas aos domingos. Contudo, gostei muito porque senti uma grande proximidade com o Pároco. Esta realidade resulta porque os meus antecessores tentaram criar esses laços de proximidade entre os paroquianos e o Pároco. Assim, nunca me senti só nem inquieto, apesar de ter vindo para um sítio que não conhecia. Portanto, está a ser muito fácil a adaptação, porque o povo de Alcácer é muito bom, muito são, muito bonito interiormente.


“a defesa” - Que paróquias estão sob a sua responsabilidade?

R. L. - Assumi as paróquias de Santa Maria, de S. Tiago e de Palma. Além disso tenho a capelania da Misericórdia e ainda dou algumas aulas de Educação Moral e Religiosa Católica na Escola EB 2-3 porque o Pe. Fernando conseguiu trabalhar muito bem e deixou-nos cinquenta alunos do 5º ao 9º de escolaridade. Logicamente, quando o senhor Arcebispo me fez a proposta das aulas, só podia aceitar porque quatro horas não dá para ninguém vir. Contudo, está a revelar-se uma experiência muito boa porque além de ser uma presença da Igreja na Escola, desenvolve-se um trabalho interessante com os alunos e, sobretudo, com os professores que acabam por perceber que o Padre é uma pessoa como as outras. Portanto, é bonito verificar que no início o Padre era como que suportado e agora já pedem ajuda para as suas disciplinas.


“a defesa” - Que mudanças já efectuou?

R. L.
- Essencialmente nos horários das missas de semana, que passaram das 18h para as 18,30h, em virtude desse trabalho na Escola. Contudo, sempre que posso estou pelo cartório entre as 17h30 e as 18h30 para atendimento. No primeiro domingo de Advento vamos começar a rezar as Vésperas. As restantes missas continuam com o mesmo horário, porque caso eu não possa estar o Pe. José António virá celebrar. Apesar de não vivermos no mesmo sítio, continuamos a trabalhar me comunhão.

Na catequese, desafiámos os jovens do último catecismo a darem catequese como catequistas auxiliares, com o objectivo de criarem gosto e viverem na prática o que têm aprendido na teoria.


“a defesa” - Como se caracteriza a paróquia pastoralmente?

R. L.
- A catequese da infância e adolescência funciona bem. Existe também um grupo de jovens. Temos o Seminário do Baptismo para os Pais e Padrinhos, o CPM. E existem 5 grupos paroquiais de adultos. Funciona ainda um curso bíblico. Além destes, trabalham ainda nas paróquias os seguintes movimentos: Escuteiros; Apostolado da Oração; Conferência de S. Vicente de Paulo; Pastoral da Saúde; e temos um grupo que chamamos de Pastoral da Esperança, que tem como missão visitar os Lares e além de rezar com os idosos, procuramos estabelecer com eles outros momentos, como visionamento de filmes, entre outras actividades. Há ainda o grupo dos Ministros Extraordinários da Comunhão, os Leitores.

Funciona também o grupo da peregrinação, que organiza a peregrinação a pé até Fátima, em Maio, e que tem actividades como fazer a devoção do primeiro sábado do mês.

Em suma, pode dizer-se que existe algum nível de formação e que há sobretudo empenho.


“a defesa” - As Paróquias de Alcácer do Sal contam com uma presença na comunicação social através do jornal “Voz do Sado”. É sua intenção continuar com o trabalho que o saudoso Pe. Silveira começou há mais de meio século?

R. L.
- Sim, queremos continuar porque a pastoral da comunicação social são os “púlpitos do século XXI”. Contudo, queremos, a partir de Janeiro, fazer algumas mudanças no visual do jornal, tornando-o mais moderno, dando-lhe um rosto rejuvenescido.

O jornal, sem dúvida, é uma forma de criar comunhão e de unir também as instituições de Alcácer do Sal, porque somos o único jornal no Concelho. É uma herança muito grande e pesada, mas é sempre um desafio que vale a pena.


“a defesa” - Que comunidade cristã deseja para as paróquias de Alcácer do Sal?

R. L. - Desejaria uma comunidade que seja família, mais do que é. E uma comunidade com consciência de pertença a Cristo, ou seja, uma comunidade cristã a sério. Não me importam os números, porque a realidade de Alcácer do Sal revela que se cristão já por si é um peso muito grande porque estamos a falar de 1% de prática religiosa, estando longe dos 10% da média da Diocese. Contudo, esta realidade ajuda a criar consciência porque quanto menos somos, mais consciência e fortaleza temos. Mas espero que a Comunidade cresça e acredito que está a crescer na consciência de ser cristão, na formação porque cada vez é mais necessário darmos razões da nossa fé. Acima de tudo, que um dia possamos afirmar que somos uma verdadeira família.

(Entrevista extraída do site http://www.diocese-evora.pt/ )

1 comentário:

Ana Margarida disse...

Olá

Maria João, gostava de deixar aqui a informação que vai ser celebrada uma Missa na Igreja de Santiago, no dia 23 de Novembro ás 18.30h, em memória da minha Mãe!

12 meses de Saudade...

obrigada

Bj

Caminhar do Sul no Mundo