Estende a sua mão trémula e carente.
Eufóricos, de passo apressado
Nem o vêem ali ao lado
Será ele transparente?
Ela vai ao seu encontro
Sem pressa de se aproximar
Mas de maneira envolvente
Detém-se no seu olhar!
Olhos tristes e vazios
De quem pouco espera da vida
As rugas do seu rosto
Espelham uma vida sofrida
Que precisará ele?
Uma moeda para sobreviver
Uma bebida para o aquecer?
Que teria acontecido
Ao longo do seu caminho
Que o fez ficar tão sozinho?
Absorta em mil questões
Nem se sentiu aproximar
Saiu dessa inconsciência
Quando o ouviu chamar
“Senhora uma moedinha”
Num autómato gesto
Ela ficou ali, tão perto…
Falaram de JESUS
E da vida desencantada
Que leva como uma cruz.
Sobrou-lhe a fé e mais nada.
Quando ela se afastou
Ele chamou de novo. Ela parou.
“Senhora! Que Deus te guie”
Hesitante, ela balbuciou
“Já me guiou”! Respondeu.
“ Até ti!”
“feliz quem cuida do fraco e do indigente
Javé salva-o no dia infeliz”
Salmo 41,2
Javé salva-o no dia infeliz”
Salmo 41,2
Dulce gomes
Sines, 11 de Dezembro de 2008
Sines, 11 de Dezembro de 2008
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