quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Santa Teresa de Ávila (Santa Teresa de Jesus)



Teresa Sanchez Cepeda Davila y Ahumada nasceu em Ávila, Castela, em 28 de Março de 1515.

Era a terceira filha do casal Alonso Sanchez Cepeda e Beatriz Davila y Ahumada, que faleceu quando Teresa tinha catorze anos. Depois de sua morte e do casamento de sua irmã mais velha, Teresa foi enviada para estudar com as freiras agostinianas de Ávila, mas saiu após dezoito meses por ter adoecido.

Durante alguns anos, permaneceu em companhia do seu pai e de outros parentes, principalmente de um tio que lhe apresentou as Cartas de São Jerónimo, que fizeram com que ela decidisse adoptar a vida religiosa, não por ser atraída por ela, mas por um desejo de escolher um caminho seguro. Seu pai não lhe deu autorização e por isso ela fugiu de casa em Novembro de 1535, para entrar no Convento Carmelita da Encarnação de Ávila, que então tinha 140 freiras.

No ano seguinte a quando da sua profissão de fé, ficou gravemente doente. Teresa passou por tratamentos muito precários e teve uma recuperação parcial graças à intercessão de São José, mas a sua saúde desde então ficou abalada.
Durante esses anos de sofrimento ela começou a prática da oração mental, mas, temendo que suas conversas interiores não agradassem a Deus, parou até entrar em contacto com Dominicanos e Jesuítas.

Neste período, Deus começou a visitá-la em visões, manifestações nas quais os sentidos exteriores não são afectados, pois as coisas vistas e ouvidas são impressas directamente na mente. Nessas conversas, Ele deu a Teresa força, reprimiu-a por sua falta de fé e a consolou nas tribulações.
Incapaz de conciliar essas graças com as suas imperfeições, que ela encarava como faltas graves, recorreu não apenas aos melhores confessores da época como a leigos que, sem entender que ela exagerava no peso de seus pecados, acreditavam que essas manifestações eram trabalho do demónio. Quanto mais empenho ela demonstrava em resistir aos pecados, mais fortemente Deus trabalhava em sua alma.
Toda a cidade de Ávila tomou conhecimentos das visões da freira. São Francisco Bórgia e São Pedro de Alcântara, e posteriormente Dominicanos (particularmente Pedro Abañez e Domingo Bañez), Jesuítas e outros padres foram capazes de discernir o trabalho de Deus e guiaram-na num caminho seguro.

Seus escritos espirituais contidos em "Livro da Vida", "Relações" e "Castelo Interior" formam umas das mais extraordinárias biografias espirituais, comparáveis apenas às "Confissões" de Santo Agostinho.
Nesta época aconteceram manifestações extraordinárias como a transverberação de seu coração e o casamento místico. Uma visão do lugar destinado a ela no inferno fez com que ela procurasse uma vida ainda mais perfeita.

Depois de muitas dificuldades e oposições, em 24 de Agosto de 1562, funda o convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva de São José em Ávila e, seis meses mais tarde, consegue permissão para se mudar para lá.
Quatro anos depois, recebe a visita do General das Carmelitas, João Baptista Rubeo, que não apenas aprovou o convento como ainda garantiu a fundação de outros conventos de frades e de freiras. Rapidamente instalou as suas freiras em Medina del Campo (1567), Malagon e Valladolid (1568), Toledo e Pastrana (1569), Salamanca (1570), Alba de Tormes (1571), Segovia (1574), Veas e Sevilha (1575), e Caravaca (1576).

No "Livro das Fundações" conta a história desses conventos, quase todos criados apesar da violenta oposição. Em toda a parte Tersa encontrava almas generosas para abraçar as austeridades da regra primitiva do Carmelo. Com a ajuda de António de Heredia, prior de Medina, e São João da Cruz, fez a sua reforma entre os frades em 28 de Novembro de 1568, iniciando pelos conventos de Duruelo (1568), Pastrana (1569), Mancera, e Alcalá de Henares (1570).

Uma nova época começou com a entrada na religião de Jerónimo Graciano, que recebeu do núncio a autorização de visitante Apostólico das freiras e frades Carmelitas da antiga observância na Andaluzia e se considerava em posição de anular as várias restrições.
Com o falecimento do núncio e a chegada de seu sucessor uma tempestade se abateu sobre Santa Teresa e o seu trabalho, durando quatro anos e ameaçando aniquilar a reforma. Os incidentes desta perseguição são explicitados nas suas cartas.
As dificuldades finalmente passaram e a província das Carmelitas Descalças, com o apoio de Felipe II, foi aprovada e canonicamente estabelecida em 22 de Junho de 1580.

Santa Teresa, idosa e doente, fez mais fundações em Villanueva de la Jara e Palencia (1580), Soria (1581), Granada (com sua assistente a Venerável Ana de Jesus) e em Burgos (1582). Saiu de Burgos no final de Julho e, parando em Valência, Valladolid, e Medina del Campo, chegou em Alba de Torres em Setembro, sofrendo intensamente.
Ficou acamada e faleceu em 4 de Outubro de 1542 (por causa das reformas no calendário, considera-se a data de sua morte 15 de Outubro).

Depois de muitos anos o seu corpo foi transladado para Ávila, e posteriormente reconduzido para Alba, onde se preserva incorrupto. Também o seu coração, com as marcas da Transverberação, está exposto para adoração dos fiéis.

Teresa foi beatificada em 1614 pelo Papa Paulo V e canonizada em 1622 por Gregório XV, com comemoração em 15 de Outubro.
Em 27 de Setembro de 1970, foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II.

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