sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O Púcaro


Meu querido pucarinho

Quando soube da imposição
Dum púcaro em peregrinação
Não consegui entender
Porque é que o púcaro ia
Para que é que aquilo servia
Se era só para beber...

No dia da partida
Embora já precavida
Ainda ia esperançada
Que houvesse qualquer engano
E que o raio do magano
Não servisse para nada.

Engano meu, azar!
Pois o dito pucarinho
Ainda tinha um fiozinho
P’ra ao pescoço pendurar!

Ainda pouco tinha andado
E já tinha falado:
Talvez até dê jeito.
Estou sempre molhando o bico
Se calhar até não fico
Muito mal com isto ao peito

Passado o 1º dia
Já existia uma empatia
Com o querido pucarinho.
Dava-me água para beber,
Fruta para comer
Ao longo do meu caminho.

Pucarinho no pescoço
Na pala ou na cintura
Temos os dois uma amizade
Que até hoje perdura

Deixei-o contrariada
pois comemos o pó da estrada
Calcorreando o caminho.
Fiquei triste e só,
De ti fiquei com o pó
Meu querido pucarinho.

Sines 2006

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